Sr. José Sócrates - Poupe-nos!
Ontem o nosso Primeiro-Ministro resolveu, finalmente, explicar-nos o emaranhado em torno da Universidade Independente e do seu percurso académico (do qual muito se orgulha - motivos? pois n sei terá os dele!).
Na minha opinião a entrevista não correu da melhor forma e o Sr. José Socrátes (como quer ser tratado a partir de agora) parece não ter estudado a lição também como é habitual e tal como aconteceu no seu curso de Engenharia levar o barco a bom porto foi impossível.
Porque terá isto acontecido? Provavelmente porque os acessores que normalmente o ajudam nas preparações dos debates na AR e nas entrevistas, também não conseguiram compreender aquele 31 que é o caso da Independente e não conseguiram fazer o seu trabalho no nível habitual. Eu diria, temos pena!
Voltando ao conteúdo da entrevista - que é o que realmente interessa - o Sr. José Socrátes diz que passar diplomas de curso ao Domingo e fazer umas cadeiras estranhas (como Inglês Técnico) para terminar uma licenciatura é perfeitamente normal e acontece em qualquer Universidade.
Mentira Sr. José! Pergunte ao seu Ministro da Educação como é que se passa nas Universidades Públicas (quer dizer talvez não valha a pena - ele não deve saber!). Eu dou-lhe uma ajudinha e falo da minha, pode ser? Na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, um simples certificado de conclusão de curso demora 15 dias (tá ver a diferença?!) e um diploma de curso cerca de 6 meses (se acreditar em Milagres). Obter equivalência de uma disciplina concluída noutra Faculdade pode demorar cerca de 9 meses e é impossível terminar um curso por lá sem ter que fazer um número de disciplinas superior às em falta. A isto chama-se exigência e qualidade de ensino, mas também muita burocracia (é verdade). Mas pelo menos sabemos que são exigentes quando nos avaliam e quando avaliam aquilo que aprendemos noutros sitios.
Mas nem tudo foi mau...É verdade eu concordo consigo quando diz que o título não interessa. 100% de acordo, ainda mais tendo em conta que o Sr. não anda a construir pontes nem prédios, pelo nosso bem!
Não ser licenciado não é um drama. A única coisa que lhe pudemos exigir é que seja um bom Primeiro-Ministro já que quando foi eleito as competências avaliadas eram para esse cargo, ao ter ganho depreende-se que a maioria dos Portugueses entenderam que as tinha.
Drama, drama é a mentira, a confusão que não conseguiu explicar as incompatibilidades no seu percurso académico...
Aquilo que era suposto era que tivesse dito a verdade: "fui terminar o curso na Universidade Independente porque é mais fácil ser Primeiro-Ministro sendo licenciado e porque o tempo que dedicava à politica não me permitia estudar o necessário para ser bem sucedido numa Universidade exigente. Ou seja, entre acabar o curso numa Universidade de prestigio e ser Primeiro Ministro preferi a segunda opção. Eu queria ser politico e não Engenheiro".
Onde está o problema de dizer a verdade ah? Além de que já todos percebemos que ser Engenheiro não era o seu projecto de vida...Quanto ao caso Independente continua tudo um bocadinho confuso né?
1 comment:
Perfeito, simplesmente divinal e revelador da opinião que muita gente tem sobre o assunto.
Só para acrescentar: Engenheiro não é um título, é uma filosofia de vida um modo de pensar.
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