Thursday, 24 May 2007

Eu e os outros...

Ontem foi um dia giro… Igual a todos os outros mas mesmo assim diferente!
É engraçado percepcionar a forma como os outros nos vêem. Mais engraçado ainda é quando essa manifestação é despoletada por uma aula em que a temática era
o Conflito Trabalho e Família.
Derrepente os meus colegas começam a dizer: “és o retrato disto, exactamente disto”!
E agora porque vocês disto o quê?
Passo a explicar, um dos estudos feito na população portuguesa para estudar o conflito trabalho família demonstra que os Portugueses ao contrário da generalidade dos países europeus (Holanda e Países Nórdicos, p.e.) afirmam trabalhar poucas horas por dia e que o seu trabalho não é fonte de conflito com a família. Estas conclusões são no mínimo estranhas se pensarmos que os portugueses passam a vida a queixar-se…
Mas a verdade é que, numa amostra representativa da população portuguesa em termos de idade, sexo, profissão e estado civil os portugueses afirmam que trabalham poucas horas por dia e acreditam e que o trabalho não é fonte de conflito com a família.
As conclusões além de inesperadas – efectivamente o nº de horas de trabalho em Portugal é superior à outros países da Europa – eram estranhas isto porque, apesar de na efectivamente trabalharem mais horas os portugueses acham que não o fazem…
Obviamente que o grupo começou a tentar perceber o que estaria por trás destas conclusões e um dos motivos apontados foi: “os jovens não dão importância à família e por tanto não há conflito. O trabalho está primeiro…”
Errado! O mesmo estudo mostra que quando se pede aos mesmos portugueses para ordenarem por importância decrescente as seguintes dimensões: Trabalho, Família, Amigos, Hobbies, entre outras, a Família aparece como sendo a mais importante. Bem, os portugueses são muito estranhos…Afinal, a família é que importa mas onde eu passo mesmo muito tempo é no trabalho (embora não minha opinião não passe). Que confusão!
No meio da discussão e sem encontrarmos justificações para as diferenças face aos outros países da Europa nem para as incongruências disse:
- Em média trabalho mais de 12 horas por dia e sou feliz. Gosto da vida que tenho…
Caiu-me o mundo em cima!
- Pois tu és esse retrato. O retrato da stressada que só pensa na carreira, no sucesso. E os amigos, e a família, e o cinema?
- Tento conciliar as duas coisas sempre que possível, mas no momento há de facto um enfoque na minha carreira.”
- E família? De certeza que também não queres miúdos.
- Gostava de ter um miúdo meu e um adoptado. Casar por acaso não faço questão. Mas como é óbvio gostava de ter um suporte social. Pode ser um amigo especial sei lá
- E depois vais continuar a trabalhar 12 horas por dia com um bebé para cuidar?
- Abrando o ritmo aí.

-
Depois habituas-te a um estatuto e um nível de vida que não consegues deixar.
Achei genial que eles me achem demasiado work-oriented e é verdade que sou. Mas eu gosto deste stress miudinho, de ter muitas coisas para fazer, muitos sítios para ir.
Explicações para estes interesses, certamente que existiriam muitas…Ficam para vocês pensarem!

P.S. De uma coisa podem ter a certeza da mesma forma que trabalho em média 12 horas por dia, também serei mãe em média 24 horas por dia. Porque as prioridades mudam. E de certeza que com um bebé em casa o stress miudinho se mantém.
Ah! E para além de trabalhar em média 12 horas, mesmo assim vejo os meus amigos (menos que antes confesso), saiu e divirto-
me.

Foi muito interessante saber como me vêem!

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