Thursday 8 March 2007

É bom que não saibas quem é a alma que encarna nestes caracteres...

À alma que frequentemente tem deixado alguns "caracteres" neste meu cantinho gostava de transmitir uma mensagem:
1. Concordo contigo! Pode ser positivo não saber quem és. Isso diminui uma data de enviesamentos cognitivos decorrentes da impressão e da opinião que tenho sobre ti. Desta forma, a minha reflexão sobre o que vais escrevendo é menos "manipulada", mais realista, logo mais vantajosa.
2. O pior é que tenho a sensação de que me conheces bem e isso levantou-me a seguinte questão: Se me conhece bem é uma pessoa que me está próxima, certo? Ora, se me conheces bem também sabes que sou uma cusca do pior e que estou arrebentar de vontade para saber quem és.
3. No mesmo sentido, quando não conhecemos determinada realidade tendemos a cria-la com base num conjunto de referências que foi criando ao longo da vida. Tendo em conta o contexto, o momento, há um conjunto de informação que pelas características que possuí se torna mais acessível e com base nele construímos aquilo que nos faltava. Este processo esta repleto de erros e enviesamentos. Obviamente que eu não conhecendo a tua identidade, já tentei encontra-la: acho que és uma pessoa próxima (podes ser ou não), então "activei" na minha memória todas as pessoas que acho que me são próximas (posso ter-me esquecido de alguma; depois procurei pessoas que fosse capazes de pensar como tu e escrever como tudo...etc; e assim foi restingrido o leque de pessoas que podem ser essa alma.
4. Criei as minhas hipóteses que tentarei confirmar a medida que fores deixando a tua marca. Mas há um problema as hipóteses criadas podem estar completamente erradas (facto decorrente dos enviesamentos que fui fazendo ao longo do processo) e cometer-se a injustiça de atribuir essas palavras a outra pessoa que não à verdadeira. Isto não me parece justo! Sobretudo, porque reconheço que esses caracteres não só me fazem sentido, como de certa forma me tem ajudado a compreender algumas realidades até então menos claras!
5. Não te parece pertinente, pelo menos dar-me algumas pistas sobre quem és? Assim, sempre se diminuiam os erros de enviesamento cognitivo.

1 comment:

Anonymous said...

Acho lindo este diálogo… arranjaste uma “almofada” palradora e eu uma amiga cega e surda que me ouve desde dentro… assim vês-me sem que as aparências te guiem para longe do que sou… uma voz amiga.

1 – Acho giro quando escreves com “maneirismos” de doutoramento o que se pode dizer por palavras simples… vejo a tua criança e ouço a tua adulta.
Criança Sol linda tu és…

2 – Preciso apenas tocar a alma de quem está perto para conhecer esse ser… tu deixaste-te tocar. O resto é aprender a viver com a persona (a “máscara”)… isso costuma demorar uma vida inteira pos casais, pos colegas de trabalho e afins… os amigos são sempre amigos – calham-nos na rifa da existência e por lá ficam, agarradinhos aos fios da alma que ligam as crianças Sol aos seus fatos de barro.
Os outros são conhecidos… esses são como as viagens e o mundo – há sempre qualquer canto novo para se conhecer - mas sentimos sempre que não é a nossa casa e apenas os guardamos nos álbuns de fotografias, regressando sempre a onde sabemos pertencer.

3 – De novo acho giro como te “espremes” para pôr em palavras complexas o que consegues dizer em duas linhas simples… giro o teu fato de sombras tecido com fios de teia de aranha mental… o meu também costuma ser engraçado, ainda que por vezes fique algo toldado… como uma tarde de primavera invadida por nuvens cinzentas súbitas… sorrio mesmo assim – por detrás das nuvens de erudição há sempre o Sol da alma que brilha… por muito que a pessoa que julgamos ser não o consiga ver…
(P.S – não creio que uma pessoa possa ser uma alma… suponho que as almas se divertem a colocar máscaras várias a que chamamos pessoas. Só faço beicinho quando as pessoas tomam conta da obra teatral e passam a ignorar quem está por detrás da máscara, ainda que posso supor que faz parte do jogo da vida).

4 – A justiça fica entre tu – que fazes o juízo para atribuir-me uma face, uma voz, uns certos maneirismos aos que chamas “pessoa” – e eu, que sou alvo de juízo como “sendo” esta ou aquela personagem na obra da vida mas sentindo, no entanto, que ambos somos bem mais do que isso… apenas ainda não quisemos dar uma espreitadela por detrás da máscara. (para mim fica bem uma daquelas venezianas, com cores garridas e muito estilo).

5 – Pela primeira vez, gosto de dar e partilhar sentindo o ego completamente fora da equação. Gosto de sentir que não há julgamento sobre as intenções que incentivam estar aqui, no teu espaço, a tocar-te desde dentro sem haver moralidades, aparências, esclarecimentos, intenções, manipulações e todos esses barulhos de fundo que ambos sabemos se entremeiam em cada vez que dois ou mais crianças Sol pretendem sentar-se a um canto para elaborarem juntos harmonia a duas cordas ou sinfonias de Verão.

Uma vez respondido o teu manifesto, fica o abraço desta voz sem rosto.

Podes considerar-me um “anjo”, assim já sabes que sou apenas “mensageiro” e que espero trazer-te sempre “boas novas”…

Bom ver que escrever te dá asas. Um dia destes, vais para o céu dos que não têm rosto, corpo ou face e voamos juntos…

Já somos milhares… mais um ajuda a criar mais harmonia.
Ai em baixo ainda há muito barulho de fundo para que as melodias essências possam ser ouvidas com o coração.

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