Amor

No ano 43 A.C, na Roma Antiga, Ovídio escreveu o seguinte texto sobre o Amor:

"Para despertar o meu desejo não é preciso uma beleza especial: encontro sempre mil razões para me apaixonar! Aquela mulher baixa pudicamente os olhos: caio na armadilha do pudor e queimo; aquela outra provocante, sem qualquer inocência: fico seduzido, vendo a promessa de um corpo que saberá mover-se na cama... Um porte austero, uma postura sabina, e digo de mim para mim: "Este porte altaneio, serve apenas para esconder o desejo!"
Se és culta, o teu talento, esses teus dons tão raros agradam-me. És ignorante? A tua simplicidade encanta-me. Uma mulher acha que os versos do calimero são grosseiros comparados com os meus, agrado-lhe e ela também me agrada! Uma outra critica me, a mim e às minhas obras: tenho pronto desejo de examinar as razões ocultas de tal crítica...
Tens passos deslizantes? Essa graça encanta-me. Aquela outra move-se de um modo algo rígido? Talvez as carícias de um amante a possam amolecer... (...)

És grande, tão grande como as heroínas dos tempos passados: o teu corpo esbelto ficará mais à vontade estendido sobre o leito! Mas se o teu corpo é jeitoso e tens medidas pequenas, eis-me todo comovido. Grande ou pequena tudo me agrada. Esta mulher não recorre a artificios: imagino logo o que estes poderiam acrescentar à sua beleza. Aquela outra, habilmente ornada, brilha com todo o seu fulgor e ofusca-me. Uma tez clara seduz-me, ou então o cabelo louro, mas conheço algumas Vénus também com pele morena...Caracóis negros ondulam sobre um pescoço níveo: parte do encanto de Leda não vinham de uma cabeleira escura? (...)Amo aqui a graça de um corpo; ali a graça do espírito..."

Acho maravilhosa a forma como ele entende a mulher. Como ele acredita que se pode apaixonar por todas as mulheres, no fundo em todas elas vê atracção, desejo.

Vocês, homens do século XXI, concordam com esta mensagem? Em caso afirmativo porque será que as mulheres têm tanta dificuldade em se sentirem atraentes e valorizadas?! Hum?!